sábado, 2 de fevereiro de 2008

Breno Carro no Estrela da Lapa

Comparar a Lapa com a Vila Madalena ou mesmo a Bourbon Street aponta para muitas questões com as quais nos deparamos até aqui. Uma delas, a necessidade (ou não) de maior presença do poder público no bairro. Outra, a necessidade ou não de renovação do repertório dos artistas; tensão entre continuidade e ruptura com a tradição que fez a Lapa ser o que é. E mais uma, a certeza de que muito do que se faz artisticamente e acontece no bairro está nas mãos dos donos-de-casas-de-show. Um deles, autor da comparação acima, é Breno Carro, antigo administrador do Mistura Fina que hoje toca o Estrela da Lapa.

A Lapa está letalmente vulnerável a passagem de um tsunami e da febre que hoje faz do seu carnaval o mais interessante da cidade. O futuro do bairro é um mistério para o produtor, que na noite em que nos recebeu variava o cardápio: um grupo de garotos da Tijuca, posterior a geração-foco do documentário, tocava no palco da casa. O risco é claro: há artistas e repertórios bem firmados nas casas da Mem de Sá e adjacências, há uma demanda do público por assistir à Lapa que a Lapa se tornou, e isso talvez ainda não possa mudar. Pode?

Enfim, a empreitada de pessoas como Breno faz dele e dos demais"anfitriões" da Lapa personagens interessantíssimos para o filme. Até porque, e talvez acima de tudo, em geral são bons de papo à beça.

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