quinta-feira, 24 de julho de 2008
Um balanço desses últimos meses...
Aliás, o site do documentário está quaaaaase pronto. E o nome dele já foi escolhido, hehehe... Já já, a gente conta aqui.
BM
domingo, 30 de março de 2008
O processo e a história
Querendo ou não, o que fizemos hoje já tinha um quê de “segunda etapa”, de um enquadrar só permitido por conhecimentos pré-captados em horas e horas de mini-dv. Entrevistamos o compositor Moacyr Luz em sua casa, em Santa Teresa, e o levamos de lá para o Sesc, onde era convidado do grupo Batifundo. Deste fazia parte o Pedro Holanda, já filmado por nossas câmeras em uma entrevista e duas ocasiões – no bloco do Carioca da Gema e no concurso de marchinhas da Fundição Progresso.
Às 16h30 o grupo começou a tocar – duas de Noel seguidas de composições próprias, Nelson Cavaquinho e outros dos quais não lembro -, no salão do Sesc, para um público essencialmente de terceira idade. Depois do intervalo, Pedro entoou sua música sobre a Lapa, um pedido do documentarista, e chamou Moacyr.
O encontro entre os músicos é um encontro entre gerações, entre figuras de diferentes segmentos do samba, por assim dizer. Um pouco como reunir o João Martins e Lefê Almeida numa mesa de restaurante; ou flagrar João Cavalcanti, do Casuarina, no Cacique de Ramos... O que temos hoje (pelo menos eu, um câmera, até dezembro totalmente alheio ao assunto) é um outro olhar para momentos como esse. Uma visão impregnada pelo que já vimos e ouvimos, inevitável e interminavelmente. É com essa que vamos.
domingo, 24 de fevereiro de 2008
Avançando
O documentário segue em frente depois de uma breve pausa para folga e reajustes. O plano inicial do Bruno era fazer uma "primeira rodada" de entrevistas, com o máximo de personagens, recolhendo testemunhos e uma contextualização dessa história recente da Lapa. A partir desses dados, definiria uma linha a seguir na "segunda rodada", provavelmente reencontrando entrevistados em contextos diferentes.
Enquanto se viabiliza a continuidade dos trabalhos rumo à etapa final, já temos em mãos mais da metade das entrevistas da tal primeira rodada. O material gravado ultrapassa facilmente 50 horas, o filme vai amadurecendo e pedindo definição de rumos práticos e narrativos. É o desafio, a "loucura inadiável", nas palavras do produtor Leo Feijó, na qual o Bruno se meteu.
No dia 22 entrevistamos Leo Feijó e Daniel Koslinki, no Teatro Odisséia. Três dias antes falamos com Regina Weissmann e Aline Brufato, antiga e atual dona do Comuna do Semente.
quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008
Alfredo Galhões no CCC (11/02) e Beco do Rato (12/02)
O Bruno lá no meio da entrevista pediu a câmera na mão. Ficou no quadro o Alfredo meio instável, compondo com um segundo plano-ora fachada do teatro João Caetano, ora um descamisado morador de rua insistindo em dançar para a lente. Lá ao fundo, o portão do mal iluminado Real Gabinete Português de Leitura. Nosso set era um salão no térreo do Centro Cultural Carioca. O áudio denunciava a música no andar de cima, programada pelo entrevistado.
Alfredo Galhões compensa a falta de atrativos noturnos na Praça Tiradentes com uma agenda, bem divulgada, de artistas e repertórios já consagrados. Tem gente que vem aqui há anos ouvir as mesmas músicas. Eles gostam, ele gosta, e nós nos vimos novamente passeando na tensão entre épocas, estilos e histórias de samba
Já falamos aqui que o pessoal das casas noturnas tem dos mais interessantes personagens. Alfredo não foge à regra, e para quem falta novidade ele pergunta: o público pede?
Do outro lado, no dia seguinte, fomos ao Beco do Rato, convidados pelo bandolinista João Martins. Fizemos algumas imagens da roda e, a luz sendo pouca, investimos numa entrevista interna com os músicos. Há uma consciência de não estarem no mainstream da Lapa e uma cultivada cumplicidade entre músicos e ativistas do beco. A roda não está no palco, como o que se vê na Mem de Sá e Riachuelo, e isso é motivo de orgulho.
Uma aventura de entrevista, vinte caras pedindo a vez para falar ao Bruno. A câmera de novo na mão.
domingo, 10 de fevereiro de 2008
Sukman, Lefê e Juçá
O primeiro, autor do livro Heranças do Samba, conversou conosco no Centro de Referência da Música Carioca, na Tijuca. A entrevista se prolongou bastante à espera de sombras, mas aconteceu.
Lefê é testemunha do caso todo, há tempos. Estivemos com ele no restaurante Cosmopolita. Nossa surpresa foi a aparição de João Martins, vinte e poucos anos e músico assíduo do Beco do Rato e do Cacique de Ramos, para ouvir e até conversar diante da câmera com o Lefê. Talvez o melhor improviso até agora...
Antes dele, a Juçá, no seu próprio Circo Voador. Das grandes!
sábado, 2 de fevereiro de 2008
Breno Carro no Estrela da Lapa
A Lapa está letalmente vulnerável a passagem de um tsunami e da febre que hoje faz do seu carnaval o mais interessante da cidade. O futuro do bairro é um mistério para o produtor, que na noite em que nos recebeu variava o cardápio: um grupo de garotos da Tijuca, posterior a geração-foco do documentário, tocava no palco da casa. O risco é claro: há artistas e repertórios bem firmados nas casas da Mem de Sá e adjacências, há uma demanda do público por assistir à Lapa que a Lapa se tornou, e isso talvez ainda não possa mudar. Pode?
Enfim, a empreitada de pessoas como Breno faz dele e dos demais"anfitriões" da Lapa personagens interessantíssimos para o filme. Até porque, e talvez acima de tudo, em geral são bons de papo à beça.
quinta-feira, 31 de janeiro de 2008
A tentação maniqueísta
Ariane Carvalho, presidente da MPB FM, nos recebeu e falou por cerca de 25 minutos. Não era a mais fácil das entrevistas. Foi boa, mas não foi a mais fácil das entrevistas. Não pela gentil Ariane, mas sobretudo pelas minhas próprias dúvidas em descobrir como é que aquele papo se relaciona, de fato, com toda essa história e não sucumbir à tentação. É um trabalho que vai continuar na mesa de edição.